09 julho, 2009

Refletindo sobre os foras...

Hoje à tarde eu vi uma situação que me fez refletir um pouco. Não foi nada de anormal, uma situação corriqueira que todo mundo já passou, mas eu ainda me senti desconsertado. Estavamos eu e um amigo na rua e ele disse que estava com fome. Sugeri que fossemos a um lanchonete para lanchar e, chegando lá, ele pediu duas cochinhas de camarão. Eu pensei, mecanicamente, que uma deveria ser para mim, mas eu sou alérgico a camarão. Então eu disse 'obrigado, mas pode pedir só uma. Não lembra que eu não posso comer camarão?'. Então veio a bomba. Ele deu um sorrisinho e falou com cara e voz de deboche: não é para você. Eu não respondi, porque não ia criar uma briga por uma besteira como essas, mas isso me fez pensar.
A uns anos foi criada essa nova forma de destratar abertamente as pessoas chamada 'fora' e já está virando modinha hoje em dia ficar dando fora nos outros assim, sem motivo. Se tornou item de status. Quanto melhores são os seus foras, mais legal você é. Eu não fiquei chateado com o meu amigo porque sei que existem muitos foras piores e, além do mais, não é culpa dele. As pessoas são empurradas para isso por uma sociedade meio alienada (ou muito, depende do seu nível de alienação, porém eu acho que comigo é só meio mesmo) que tende a dar valor a esse tipo de coisa.
Eu de vez em quando me pergunto por que a necessidade que nós temos de ser brutos com as outras pessoas. Aí me perguntam "por que não indelicados? Bruto soa muito feio". Indelicado é uma porra! Nós somos brutos mesmo. Quem dá foras a torto e a direito não é nada além de bruto. Bruto porque desconsidera que nenhuma pessoas é capaz de ficar ligada em tudo a todo tempo e se aproveita disso para fazer essas grosseirias.
Não sou hipócrita, já fiz muito isso e não nego. Mas caí em mim. Violência gera violência e são nesses pequenos atos que nós mostramos que não temos maturidade e ainda temos que nos colocar sempre de alguma forma por cima dos outros para compensar nossas fragilidades. Parece uma besteira e é, mas se nós vamos herdar esse planeta temos que começar desde já a agir como adultos e não como meninos buchudos.

A vaca amarela

Não sei se sabiam, mas foi lançado a pouco tempo em DVD o filme "O Curioso Caso de Benjamin Button". É um filme curioso, como o próprio mome diz. Benjamin nasce velho e com o passar dos anos rejuvenesce, acho que tem algo a ver com um relógio que passa as horas ao contrário. Bem, o que importa é que ele se apaixona por uma mulher e, depois de muito tempo, acaba se casando com ela. Quando a filha deles nasce, ele entra em crise existencial, porque enquanto a filha cresce, ele está cada vez mais moço. E é por isso que ele foge e deixa as duas para trás.
Eu achei o filme muito bom, mas, a partir desse ponto, nem tão bom. Acho uma covardia da parte dele abandonar a esposa assim, sem mas nem menos. Então quando nossa professora pediu um texto (valendo a nota de uma pova, ou seja, 10) falando sobre o que nós haviamos 'aprendido' com o filme eu me revoltei! Como eu vou aprender algo de bom com um cara desses? Ele foi um safado, no meu ponto de vista. Então eu ironizei até não poder mais. Recebi um 6 de nota, mas em compensação todo mundo me elogiou pela minha criatividade. Aqui vai o texto:

A vaca amarela

Comercial televisivo visto por Benjamin Button antes de abandonar sua esposa e viajar pelo mundo em alguma parte no final do filme:
'As coisas estão difíceis? Sua esposa é velha? Sua filha está envelhecendo enquanto você rejuvenesce? Então, meu amigo, seus problemas acabaram. Chegou o novo Ultra-escapeitor de mulher e filha Tabajara. Com este novo aparelho chá-de-sumiço, desapareça sem deichar rastros e esqueça sua vida passada.
Como diria o velho ditado: ' se as coisas estão difíceis, largue sua mulher e viaje pelo mundo'. Conforme-se e não busque seus sonhos. Não importa se ela é o amor de sua vida, apenas siga seu rumo, rapaz! O amanhã será ainda pior, então por que esperar se ela está dormindo? Aproveite isso, coloque ao seu lado alguns trocados e dê asas à liberdade.
Troque a sua de cinquenta por duas de sua idade (a esta altura uns vinte e cinco anos) e seja feliz para sempre... Ou ao menos até virar um garotinho esclerosado. Mas isso não importa. Aproveitar o agora é mais importante, Benjamin Button. Pense assim e você irá conseguir: 'a vida é bela, a vaca é amarela e o leite que se dane'.

05 julho, 2009

Como escrever bem

Eu tava fuçando uns sites na internet, coisa normal, quando vi essa postagem escrita por Dani Jales que explica de modo, digamos, "irreverente" como escrever bem. Amei o texto e a escritora, pois também vi alguns de suas outras postagens. Gostei tanto que resolvi colocá-lo em meu blog. No final está o link do site dela para os que quiserem apreciar sua criatividade.

"Como Escrever Bem

Se tem uma coisa que eu definitivamente odeio, é o completo analfabetismo dentro do ensino tido como superior. E não estou me referindo ao analfabeto que passou (com louvor) para a conceituadíssima Faculdade Estácio de Sá.

Me recuso a fazer qualquer tipo de piada a esse respeito... Até porque creio que esse não seja um caso para se fazer piadinhas, afinal, só de lembrar do nome "Estácio de Sá" já dá mesmo vontade de gargalhar: Ha! Ha! Ha! Ha!

Voltemos ao texto.

Escrever bem é uma arte! E como toda arte, precisa de muita prática, muita leitura, muito bom senso... E muita cara de pau.

Mas como saber se seu texto não está uma titica? Bom, se você for comparar o que você escreveu com qualquer coisa escrita pelo Carlos Heitor Cony, certamente o seu texto vai ser sempre uma titica. Mas não precisa ser tão exigente consigo assim. Encontrei na net algumas dicas para uma boa redação e dei uma adaptada para sua melhor compreenção. Vamos lá!


Dicas para uma boa redação:

1. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, conforme deve ser do conhecimento de V. Sa. Outrossim, tal prática advém de esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.

2. Evite abrev., etc.

3. Anule aliterações altamente abusivas.

4. "não esqueça das maiúsculas", como já dizia carlos alberto, meu professor da gama filho, aqui no rio de janeiro.

5. Fuja dos clichês e dos ditos populares como o diabo foge da cruz.

6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.

7. Estrangeirismos estão out, palavras de origem portuguesa estão super in.

8. Tipassim... Seja seletivo ao usar palavras de gíria, mano, mesmo que sejam iradas. Saca?

9. Palavras de baixo calão podem transformar seu texto num cocô.

10. Nunca generalize: generalizar sempre é um erro.

11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar repetitiva. A repetição vai fazer com que a palavra seja repetida.

12. Não abuse dos citações como costuma dizer meu pai: "Quem cita os outros não tem idéias próprias".

13. Frases incompletas podem causar.

14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes, isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a mesma idéia.

15. Seja mais ou menos específico.

16. Frases com apenas um palavra? Corta!

17. A voz passiva deve ser evitada.

18. Use a pontuação corretamente o ponto e a vírgula especialmente será que ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação

19. Quem precisa de perguntas retóricas?

20. Nunca use siglas desconhecidas, conforme recomenda a A.G.O.P.

21. Exagerar é 100 bilhões de vezes pior do que a moderação.

22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises, evitá-las-ei"

23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.

24. Não abuse das exclamações! Seu texto fica horrível!!! Sério!! Acredite em mim!!

25. Evite frases exageradamente longas, por dificultarem a compreensão da idéia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de
contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.

26. Cuidado com a orthographia para não estrupar a língua.

27. Seja incisivo e coerente. Ou talvez seja melhor não..."