26 junho, 2009

Luna

A luz refletida pela lua já não é a única que ilumina este local. O céu já está ficando róseo e a partir de agora o sol irá se sobressair mais e mais até subjulgar a lua. Tola lua. Por pouco não acreditou que desta vez poderia permanecer conosco, para seu grande agrado, por mais alguns poucos instantes. Ela tem medo. Medo de ficar sozinha e não ter ninguém com quem conversar. Mergulhada na escuridão que na divisão do mundo lhe ficou cabida durante a metade das horas de um dia e isso tudo por não ter luz própria como o sol... O que ela não daria para ter a luz dele!

Não nescessariamente luz e fogo em toda a sua imensidão como o só e somente só o sol consegue criar, mas ao menos uma parcela desta. Uma ínfima parte desta luz a pouparia da humilhação de ter que implorá-lo diariamente para que permita a ela refletir discretamente parte de seu poder. Isso seria a maior das bençãos, a maior alegria... Porém, a despeito de seus desejos íntimos, nada é perfeito! Ela deve se contentar com sua condição e repetir sua cruzada existencial noite após noite.

Diz-se que a lua nunca estará sozinha por que tem as estralas como companhia. Isso é mentira! Companheiras bizarras estas que estão ao seu lado quando é seu momento de glamour e que abandondam-na quando surge o sol. Curiosamente essas ciaturas não se vão ao amanhecer junto com a lua, assistindo o raiar alvo do sol queimar-lhes as faces sem nada fazer! Elas dizem que merecem companhia melhor que a dela pois são seres superiores. São seres masoquistas, isso sim, e portanto indignas de consideração a respenito de suas idéias.

O deusa lunar está a um passo de se entregar a melancolia e, a partir daí, não demorará muito para dar fim à sua beleza, que a mais de milênios vem inspirando nos corações de jovens enamorados as mais belas emoções (a maioria dela infantis, devo adimitir, mas se não fosse por essas emoções infantis onde estariamos nós hoje em dia?), alegrias e embalando alguns tristes prantos.

Quem se atreverá a ajudá-la, livrando-a de seu tormento eterno? Ela vai sucumbir a sua dor e por fim a si? Eu vou conseguir esquecê-la e dormir um pouco?

Enquanto o sol se fortalece, Hipnos se abate sobre minhas costas derramando-me seu venenoso sonífero. E eu ainda não encontrei as respostas para minhas indagações. Quem sabe amanhã pela noite...

07 junho, 2009

Tipo assim...

Dia desses eu estava tipo super-entediado e então fui atrás de alguém para conversar. Tinha bebido um vinhozinho para passar o tempo e ainda estava com cara de sono, mas tudo bem, isso a gente releva..... Sai na rua, dei umas duas voltas na quadra e voltei para casa. Quando chego, encontro com uma minha prima deitada no sofá já no sétimo sono. Aí eu fiquei tipo Nossa! de acordar ela por que ia ficar meio tipo "Ó, você me acordou no meio de meu sono de beleza!"

Cutuquei ela um pouquinho mas depois desisti e fui para o meu quarto ficar tipo Zen e, aproveitando o embalo super-contagiante daquela tarde "animadíssima", ir dormir um bocadinho. Eu, por incrível que pareça, consegui pegar no sono e sonhar com lindos anjinhos loiros dos olhos azuis tocando trombetinhas, saltitando e declamando versos infantis sobre algum grande héroi... Que nojo! Então eu acordei, acho que de tão assustado pelo dito sonho.

Resolvi ir cutucar mais um pouco minha animada priminha que era minha única compania naquela casa tipo Uuuui de tão vazia. Ela então resolveu me dar o ar de seu despertar. Finalmente teremos um diálogo neste texto. Já estava virando um monólogo!
- Ahhhh... Bom dia, Teus...
- Boa noite, dorminhoca.
- Já é noite? Nossa, eu dormi tanto assim?
{1ª pausa - Para respirar e segurar o fora que vinha de dento de meu ser}
{2ª pausa - Para fazer observação: "fora que vem de dentro", que massa!}
- Modo de falar...
- Ah, bom. Tá fazendo o quê?
- Nada, tô tipo meio Õõõõ, sabe tipo uuuU!, entendeu?
- Não.
- Vá se lascar!
- Ei!!! Por que você falou assim comigo?
- Estou de mau humor por que não consigo terminar este texto de forma criativa, então cala a boca!

Do it!

Do it - Lenine

Tá cansada, senta
Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, aguenta
Se pediu, aguenta

Se sujou, cai fora
Se da pé, namora
Tá doendo, chora
Tá caindo, escora
Não tá bom, melhora
Não tá bom, melhora

Se aperta, grite
Se tá chato, agite
Se não tem, credite
Se foi falta, apite
Se não é, imite

Se é do mato, amanse
Trabalhou, descanse
Se tem festa, dance
Se tá longe, alcance
Use sua chance
Use sua chance

Se tá puto, quebre
Tá feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
Corra atrás da lebre
Corra atrás da lebre

Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure
Quer saber, apure

Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele

Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
Quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
E não se submeta
E não se submeta