18 maio, 2010

O que faremos agora?

Então, qual o remédio para a sensação de solidão? Muitos falam que a melhor maneira de melhorar de um dia cansativo ou de uma semana desastroza é dividir com alguém seus problemas e anseios. Outros, que é só você consumir quantidades absurdas de álcool que tudo se resolve. Eu tenho uma ligeira tendência às duas possibilidades, mas o que mais comumente acontece é o autoisolamento. Não que eu ache que sou sozinho no mundo, mas é horrível a sensação de que nunca ninguém vai me entender por completo. Você pode considerar alguém seu melhor amigo, saber tudo da vida dele e vice-versa, mas nunca ele vai conseguir entender com exatidão o que você sente. Talvez nem chegue perto.
Nós, seres humanos, somos animais sociais e temos uma grande nescessidade de nos relacionarmos com outras pessoas para continuarmos nos chamando humanos. Porque é a sociedade quem faz um homem. Então o que sou eu? Sou um ser dotado de um cérebro superior ao dos outros animais e um polegar opositor ao resto da mão. Só isso. Não me vejo com um senso de consciência suficiente para ser um diferêncial com relação aos outros, sou só eu, um garotinho (nem tão inho) que sabe o que deve fazer mas não tem coragem. Sabe o que o espera e não tem a capacidade de alterar.
Dizem que o destino nos reserva surpresas interessantes. Nesse ano eu já tive prova disso em várias ocasiões, várias coisas maravilhosas já aconteceram comigo e eu tive minha prova de que esperar mais um pouco não custava nada. Durante esses últimos três anos, eu já perdi a conta de quantas vezes pensei em suicídio (e em algumas dessas cheguei a tentar). Não me vejam com olhares moralistas de religiosos autoritários, só quero me espressar sem medo de ser julgado e sem ter a nescessidade de omitir nada. Bem, o que importa é que eu consegui esperar, tive minha chance e hoje estou melhor do que estava ontem e pior do que estarei amanhã.
Todos os dias eu vejo à minha frente motivos maiores e mais importantes para esperar mais um pouco, para pensar mais um pouco, para me descobrir mais um pouco. Meus dias estão sendo muito mais bem aproveitados e bem vividos. Não tenho mais tanto medo das pessoas e de seus julgamentos cruéis. Sei que existem, mas estou vacinado contra esses perigos inevitáveis.
Ouvi um dia desses que chorar não resolve nada. E guardar o choro resolve? Isso apenas cria uma legião de pessas secas por dentro, duras e sem compaixão. Pois eu choro, choro sim e choro muito. Sempre que me dá vontade. Sempre que sinto que não há o que eu possa fazer, mas ai penso que sim, eu posso. Charar não resolve, mas alivia. É, já estou fazendo uma coisa: aliviando meu coração, expurgando o mal-estar.
Voltando à solidão, o homem não é uma ilha mas se sente como uma. O que faremos agora? Acho que o autoconhecimento resolve muitos desses problemas, ou ao menos ameniza. Quando você se conhece, você sabe que mesmo que tudo à sua volta demorone, mesmo que tudo suma, mesmo que todos morram, mesmo que o que você conhece e o que você sabe forem descontruidos e lhe surgir a maior daquelas verdades incontestáveis que simplesmente te destroçam, você ainda tem a si mesmo e isso basta. Muitas vezes não é o suficiente, mas tem que ser.