Eu e meu melhor amigo temos visões completamente erradas do que deve ser o mundo, cada um à sua maneira. Eu vejo que tudo deve necessariamente rondar sobre a inteligência e a capacidade interior da pessoa, resumindo: o que ela é. Ele acha que nós devemos não ser, mas parecer. Por isso a sua preocupação exacerbada com a beleza física e as aparências. Isso me entristece profundamente porque eu sei que ele será eternamente escravo da opinião alheia. Já eu sou escravo de mim mesmo, não conseguindo me livrar de minhas convicções para ver o ponto de vista dos outros. As coisas não são justas. Por que atributos físicos ou inteligência devem ser o comando chefe da personalidade de alguém?
O ideal seria que estas duas preocupações fossem divididas igualmente pelas pessoas. Eu gostaria de ser assim. Mas eu não consigo. Eu sou muito tolo para isso. Para ele fraqueza é demonstrar sentimentalidade. Para mim é se prender ao que as pessoas acham. Ninguém se importa com os outros, eles só querem que a bela paisagem diante de seus olhos não seja manchada por pessoas que não seguem seus padrões estéticos ou que o ambiente próximo aos seus ouvidos não seja maculado por palavras estúpidas. O que lhes agrada é mantido por perto e colocado em um pedestal e o que lhes desagrada é posto de lado, de preferência bem longe, fora do alcance de seus olhos e ouvidos.
Somos seres cruéis por natureza e não há muito a ser feito para mudar isso. A vida é injusta e somos mais ainda. Não há como fugir de ser julgado pelos outros, já que todos seremos julgados um dia pelo pior e mais perverso tribunal: a vida. O que resta ser feito? Nada. Resta apenas a resignação...
07 setembro, 2009
Assinar:
Postagens (Atom)